CIGANA
DA
ESTRADA


♪ Quem nesse mundo
nunca ouviu falar?
♪ Quem nesse mundo
nunca ouviu Dizer?
♪ De uma cigana que mora naquela estrada, ela fez sua morada sobre o clarão do luar.
♪ Cigana da Estrada, força poderosa, me dê proteção e axé, ciganinha formosa...

A história da Pomba Gira Cigana da Estrada!

Em Sua Última Encarnação

Está história poderia começar certamente com uma data, um “era uma vez”, mas, a vida da Cigana da Estrada não foi um conto de fadas, teve momentos felizes e momentos que muitos de nós não gostariam de recordar.  Contudo, a Cigana da Estrada em sua infinita evolução partilhou connosco.

Uma rapariga de cabelos longos pretos, cintura afinada, sorriso maroto, pertencente a um bando cigano, nascida e criada em terras lusitanas, uma rapariga muito feliz, sonhadora, com sentimento de pertencer, desejava ter uma vida próspera, um marido, filhos, netos. Um legado que fosse deixado através dos tempos.

Assim como era de costume em seu bando, logo que se tornou “mulher” ainda com 14 anos foi apresentada a teu futuro marido Paco, em questão de dias ocorreu um grande casamento ou tão grande se podia ser naquele tempo, regado de muito vinho, dança e rituais. Foi um momento de muita felicidade que marcou a passagem da vossa infância para se tornar uma mulher e daquele dia em diante, aquela rapariga não sabia o quanto a vossa vida mudaria.

Embora fosse um casamento tão juvenil, a Cigana da Estrada, não demorou muito por se apaixonar completamente por aquele Cigano Paco. Era um homem memorável de personalidade forte que possuía muitas características marcantes, cabelo escuro e longo, usava na orelha direita uma argola de ouro, possuía um olhar penetrante que era capaz de fazer qualquer mulher se sentir desejada. 

E este desejo foi o combustível a muitas noites e dias de amor, entre noites de amor excitantes a explorar novas sensações nunca antes vivida pela rapariga, também cresciam as expetativas sobre a Cigana da Estrada, o bando esperava ansiosamente pelo anúncio dos filhos do casal e o tempo avançou sem hesitar contra a felicidade daquele casal.

Foi então que aquela rapariga, se apercebeu que enquanto “mulher” sem oferecer um filho, se tornou indesejada pelo marido, aquele mesmo homem “caliente” de energia sexual vigorante se tornou ausente, a chegar  sempre bêbado em casa, indisposto a ter com a Cigana da Estrada, o bando começou a excluir a pobre rapariga das responsabilidades da comunidade.

 

Naquele momento então a Cigana da Estrada, percebeu que estava cercada de uma imensa pobreza, dependente de seu marido para todas as necessidades. Enquanto todas as outras raparigas ciganas do bando, eram presenteadas por belíssimas pedras preciosas, ouro, jóias, tecidos de texturas leves e aveludados. Ela nada possuía além da casa que vivia e as poucas vestimentas que sempre teve.

Aquela rapariga Cigana da Estrada, sabia que o teu destino era muito maior do que viver naquele bando, excluída pela comunidade e pela própria família, a viver dos restos. Embora ela soubesse onde teu marido estava e o que fazia, inconscientemente ela dizia para si mesma: “Isto vai passar, eu vou conseguir ter um filho, vou recuperar o meu marido, ele não está a se deitar com outras”.

Em um acto impensado, aquela rapariga naquela noite aguardou até que vosso marido saísse após o jantar sem dizer para onde iria, esperou e contou até dez! Saiu descalça, a vestir o teu melhor vestido  de um tecido escuro, com detalhes verdes, mas que valorizava o teu corpo, de curvas marcantes e mamas acentuadas, o seguiu por um caminho escuro, cujo a pouca iluminação que tinha era o brilho da lua que estava crescente, mas quase cheia.

Após percorrer aquele caminho por um quarto de hora, as sombras, e a seguir o marido, foram os minutos mais longos e intermináveis, ela finalmente chegou! Era uma casa de  mulheres da vida,  então era ali! Onde ele passava todas as noites para se manter longe da Cigana da Estrada, tomada em desgraça, vergonha, desgosto, mergulhada em ódio profundo.

Ela retornou a casa, apanhou o azeite e jogou pela casa, foi até a lareira, acendeu uma tocha e deixou a casa a arder, com tudo dentro. Naquela noite ela descobriu que o amor de um homem não era o suficiente para te manter viva, que o sentimento de pertencer a uma comunidade não era o suficiente, aquela comunidade não era capaz de vê-la como de facto verdadeiramente era.

Abandonou seu bando, sua família e seu marido. Saiu novamente descalça, com aquele mesmo vestido  sobre a luz do luar, sem direcção em uma estrada escura, sem rumo, ela não sabia, mas aquela decisão iria levá-la a caminhos nunca antes sonhados.

Ser cigana é, antes de tudo, um estado de espírito.

Agora tudo que sobrou, já não importa mais! Apenas foram lembranças boas e ruins, ela sabia que somente um sítio aceitaria uma rapariga como ela. Então ela caminhou durante dias, com  fome, chuva e sol,  durante sua jornada, nada era certeza, apenas boatos e rumores, pela as estradas que percorreu.

A Cigana da Estrada pode ver de longe a riqueza, a prosperidade e a fartura de muitas mulheres que conheceu ao longo daquela caminhada que começou em uma noite de luar em um momento de agonia, angustia e sem destino. Eram mulheres Casadas, Viúvas, Solteiras, Damas da Noite. Como o mundo era imenso para além daquele Bando, de uma comunidade tão pequena.

Finalmente, após cruzar a fronteira e andar por dias, ela chegou em um reino que saberia apreciar e reconhecer a mulher que era, tão logo ela tenha chegado, foi directo ao encontro daquela Senhora tão imponente e poderosa chamada de Maria Padilha! A chefe de um cabaret em Espanha, a beira do cais, aquela mulher embora de grande simpatia lançou um olhar de cima para baixo, a analisar por completo a Cigana da Estrada.

Então ela disse: “Estás farroupilha e suja, há quanto tempo não tens um banho quente? Ainda assim consigo ver que tem um Lindo Corpo, tem o suficiente para trabalhar, já que conseguistes chegar até aqui, não me importo com teu passado, mas terá muito o que aprender…”

A descoberta do mundo da noite!

Nasce uma nova mulher, faceira, encantadora, agora uma mulher consciente do poder da sedução, sem pudores, que descia feliz para o salão todas as noites para trabalhar, pois encontrou a alegria nas bebidas, em um bom champagne, um vinho doce, prazer no sexo, ainda que não coubesse a ela escolher e sim ser escolhida, ela descobriu que poderia ser vítima da vida ou viver a vida intensamente.

Assim, aquela rapariga, agora já se tornou uma dama da noite e conquistou muitos corações, ouro, prata, riquezas, vestidos aveludados, jóias, sapatos, ela podia escolher e quase nunca repetia a mesma combinação, excepto as jóias.  A sua marca registada era um vestido feito com tecido preto aveludado com um detalhe cosido com uma linha dourada, feito sob-medida, deixava as mamas a mostra ou podia ser usado como um “cai cai” sempre a usar muitos espartilhos que deixavam as mamas sempre muito grandes e convidativas durante a noite no salão.

Aprendeu todas as artimanhas, a lidar com todas as dores, os sentimentos de tristeza e solidão que uma vida pode oferecer, embora tais sentimentos foram sempre facilmente substituídos pela luxúria que a vida oferecia a dama de uma noite, logo, tamanha fama e poder, incomodou! A casa que vivia se tornou pequena para aquela rapariga que agora precisava do seu próprio reino.

A Conquista da Europa!

A “cidade das luzes” sempre foi e sempre será o berço da sociedade e porque não ir para “cidade das luzes” para aprender além de ser uma dama da noite, também uma dama da sociedade? 

 

Com uma proposta não revelada, a Cigana da Estrada se mudou para a “cidade das luzes”, onde fez aulas de etiqueta, aprendeu sobre alta-costura, maneiras a mesa, como andar, sentar, sorrir, mas jamais lhe ensinaram como viver a vida intensamente porque isto não era uma coisa de uma dama, apenas os homens podiam viver e ter quantas amantes quisessem, embora todos soubessem, aos olhos e na presença de vossas esposas ninguém sabia.

Sim isto era a sociedade outrora, não mudou muito, pois não? Indaga a Cigana da Estrada.

Uma dama da sociedade, ainda que por imposição financeira, não foi uma ou duas vezes que ao chegar em “Sítios Elegantes” as esposas se retiravam tão logo era sugerido algo do passado sobre aquela “dama”. Mas muitas foram as jóias ganhadas como forma de presente dos maridos para compensar o “Comportamento Insolente” de vossas esposas.

Rainha, Soberana e Dona de Si! Cigana da Estrada aprendeu a falar novas línguas nomeadamente Francês, Espanhol e até um pouco de Inglês. Viajou por diversos países da Europa, fez imensas viagens de navio, sempre bem servida e com uma tripulação exclusiva para atender vossas necessidades, aquela rapariga que outrora andou descalça por dias sem rumo ou destino, agora tem sempre as mais belas carruagens e todos para atender vossos caprichos e desejos.

A Força de um punhal!

Entre imensas taças de champagne, noites e homens envolventes, príncipes, barões, herdeiros de fortunas, pobres e todos os nobres possíveis, a vida da Cigana da Estrada, não foi apenas de flores, também teve espinhos. Foi a usar à força de um punhal que aprendeu a se defender enquanto dama da noite e da sociedade, vivia plena, mas sempre, face a face, com o medo de ser apunhalada pelas as costas ou no peito, de ser açoitada simplesmente por ser uma mulher com a história que tinha.

Entretanto, este medo nunca a dominou, nunca lhe tirou nenhuma noite de sono sequer, aprendeu que para viver a vida plenamente, é necessário encarar o punhal, deixar-lhe que posicione em seu peito e ameacem-lha de meter peito adentro, só assim, e não de outro jeito, é que se consegue espantar todos os homens, mulheres, demónios e espíritos vagantes que tanto querem o mal do ser vivo.

A vida de uma Pomba Gira

Em um determinado momento, após ter vivido a vida de maneira intensa, a Cigana da Estrada decidiu então retornar, aquele reino, onde foi tão bem acolhida, no início da sua caminhada, dona de muitos corações, porém nunca mais ninguém ganhou o teu coração, não como o desejavam, Cigana da Estrada viveu feliz, aproveitou de todas as oportunidades e felicidades que a riqueza poderia oferecer a uma mulher, sem nunca se deixar abater ou desvanecer perante todos os desafios, nunca mais retornou ao bando, foi Rainha, Soberana e Dona de Si, do teu destino, até a sua última noite.

O Mundo Espiritual

No deslumbre do mundo espiritual, momento onde todo ser encontra as respostas procuradas ao longo de uma longa jornada, aquela rapariga agora é chamada para abraçar o mundo espiritual em uma das suas mais belas nuances, nasceu a Pomba Gira Cigana da Estrada, entidade responsável por auxiliar, transmitir o conhecimento entre as altas hierarquias do mundo espiritual para os seres vivos terrestres deste globo.

Cigana da Estrada, já passou por gerações de médiuns, sempre a ajudar com o crescimento pessoal, a abrir caminhos, a atrair amores, a trazer solução para todos os conflitos que o ser vivo tenha, não existe magia, maldição, bruxaria, reza mal rezada ou energia negativa, com a qual Cigana da Estrada não possa lidar.

Deixe a Ciganar Mudar Vosso Destino!

A Falange do Povo Cigano do Oriente

Esta falange talvez seja a mais instigante dentro do mundo espiritual, a  legião de espíritos que forma esta falange estão incumbidos de ensinar aos habitantes da Terra, ensinamentos e magias que para os seres vivos são desconhecidas.

O Povo do Oriente fala pouco e, quando o faz, o seu linguajar é bem directo e objetcivo. Actuam de forma discreta, intuindo seus médiuns para que entendam o que está se passar. São importantíssimos na transmissão de mensagens de entidades ou espíritos de nível hierárquico superior, devido a linha de desenvolvimento mental da qual participam.

 

 

Também actuam na destruição de magias do presente e passado, a libertar o espírito,  estimula no médium o caminho da evolução espiritual através dos estudos, da meditação, do conhecimento das leis divinas, do amor, da verdade, da ciência, da arte e do belo.

A Falange dos povos ciganos é originária da Índia, sendo que depois de uma invasão e conflitos existente no período da  metade do século XIV, por volta do ano de 1312, ocorreu uma intensa migração desses povos, com destinos Europeus e Outros Continentes.

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